Sociopatia

Meu nome é Lena,há mais ou menos três anos descobri que sou uma sociopata.
Os sinais eram evidentes desde o ínicio que me entendo por gente,na escola não conseguia seguir as regras,me sentia totalmente irritada de levar ordens de pessoas estranhas,bem,até mesmo da minha família eu tinha essa revolta.
Por outro lado,eu sempre fui boa aluna,nunca estudava,mas eu tinha boa memória e prestava atenção nas aulas. Assim,conseguia tirar boas notas na escola.
Minha família não era das mais normais do mundo,meu pai havia sofrido um acidente de carro quando eu tinha dois anos de idade e havia perdido as duas pernas. Minha mãe cuidava dele,mas ela não gostava nem um pouco disso,vivia reclamando e eu sempre soube que ela traia o meu pai,com os piores tipos de homem possíveis. Eu tinha nojo dela,daquela situação.
Nunca consegui andar para frente,só me metia em confusão,brigava com as garotas no colégio porque não se acostumavam com o meu jeito,e fui expulsa de três escolas,na última vez por ter deslocado o olho da minha colega,mas eu faria de novo se possível.
Eu nunca namorei ninguém,é claro que já transei,mas nunca pude sentir o que é o tal sentimento que tanto as pessoas sentem,aliás,odeio casais apaixonados.
Quando completei dezoito anos,deixei tudo para trás,minha mãe,meu pai,escola e toda aquela merda. Viajei para outra cidade e lá estava para começar mais um inferno na minha vida.
Eu não tinha onde ficar,o que comer,só tinha comigo uma pequena mala,com roupas e objetos pessoais,sai da casa dos meus pais com cinquenta reais,foi uma loucura,mas eu quis fazer isso.
Não tive alternativa,eu roubava,de pessoas na sinaleira,mostrava pra elas um canivete que eu tinha,e elas tinham medo,e aquilo tudo me fazia sentir superior sobre eles,pobres diabos.
Também fazia alguns serviçoes nojentos... como chupar alguns caras,afim de conseguir uma grana,que não era muito,mas dava por exemplo para a comida do dia.
Um dia a policia me pegou roubando de um casal,e me levou presa,apesar de tudo eu não tive medo,fiquei presa durante um tempo,e depois sai,sabemos que no Brasil ninguém fica tanto tempo na cadeia.
Logo depois conheci uma garota e fui morar com ela. O seu nome era Rita,ela era bonita,me atraia,mas eu já ficava feliz de ter alguém para contar,mesmo que ela não confiasse muito em mim.
Ela tinha uma casa pequena,mas servia,pelo menos pra nós duas.
Acabei me apaixoando por ela,bom,não sei se eu estava de fato me apaixonando,mas gostava dela.
Contei sobre os meus sentimentos e ela me rejeitou,dizia que eu era louca e que gostava de homem. Fiquei revoltada,sem chão,sai da casa dela e fiquei vagando pelas ruas.
Descobri logo depois que ela estava namorando com um cara,resolvi me vingar por ter me rejeitado,planejei ir até ela e pedir para ela ficar comigo e foi o que fiz. Mas as coisas sairam totalmente do controle.
Chegando na sua casa vi que o carro do namorado dela estava lá,mas não tive medo,eu iria até lá.
Ele estava cozinhando,entrei de fininho e fui até o quarto dela,lá eu disse todas as palavras que eu havia ensaiado,eu estava obcecada e determinada. Mas o choque foi quando ela me disse:
_Sai daqui sua maluca,você não enxerga que eu não gosto de você e que nunca ninguém vai gostar?

Nesse instante não me controlei e num ato de impulso levei minha faca sobre ela,foi então que persebi que ela estava sangrando,havia perfurado a barriga dela. Sai dali o mais rápido que pude,sem que o namorado dela me visse,e é claro,levando a faca comigo.
Ela havia morrido.
Foi um choque,mas agora eu precisava pensar em fugir,como? Sem dinheiro,nada,estava novamente perdida.
Apesar das minhas tentativas a policia me encontrou e me levou mais uma vez,só que agora eu responderia por assassinato. Fui sentenciada a quinze anos de prisão,e além disso eu teria que frequentar psicólogos toda semana.
E essa tem sido minha vida. Se eu melhorei? Não,nem um pouco. Me sinto cada dia pior,com mais raiva de onde estou. Minha família não sabe que estou aqui,e não me importo com eles quando souberem.
E dentro de mim eu penso: A Rita mereceu aquilo.

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