Emprego e psicose

Meu nome é Angela,e vou contar uma experiência que eu tive que me fez enxergar algumas coisas.
Eu estava a procura do meu primeiro emprego,tinha dezoito anos na época.
Passeando com o meu namorado pela cidade vejo uma placa ''Temos vagas para balconista''.
Como estava desesperada,pois não tinha dinheiro para nada,fui até lá e combinei de ir no dia seguinte ter uma experiência.
Na noite antecedente eu não consegui dormir. Fui daquele jeito mesmo,louca de sono.
Chegando lá vesti o uniforne e obtive ajuda de todas as moças,que foram muito queridas comigo,me ensinaram tudo,mas por dentro eu estava para explodir...
Fiquei três horas naquele lugar.
E disse para uma delas '' eu acho que vou embora''. E foi o que fiz.
Sai de lá arrasada,com sentimento de fracasso,porque eu realmente precisava daquele emprego e eu acabara de desistir.
Chorei e repensei minha vida no ônibus de volta para casa.
Possuo transtorno bipolar,e abandonei o tratamento a algum tempo.
Mas ultimamente tenho percebido que existe algo a mais,não é só a bipolaridade...
Descobri que tenho Transtorno de personalidade Borderline.
Sou muito anti-social,não consigo fazer certas coisas,pois o medo do fracasso é enorme.
Qualquer situação que me coloque sob pressão já me faz querer fugir do lugar,e o pior: eu sempre fujo.
Não sei se tenho condições de trabalhar,se eu realmente consigo,porque eu ando com muitas crises,e já decidi que vou procurar ajuda psiquiatrica. E lá saberei se eu sou capaz.
Sei de casos de pessoas que não podem trabalhar,que ganham pensão,ou são interditadas,seria esse o meu caso?
Cada caso é um caso,e espero que possam avaliar qual é o meu,pois preciso seguir em frente com minha vida,mesmo carregando esse inferno que é ser bipolar e borderline.

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Bipolar

Meu nome é Brenda,tenho vinte anos e sou uma maníaca depressiva.
Sempre fui uma pessoa confusa,contraditória,que tinha muitos sonhos e daqui a pouco não tinha nenhum.
Sempre bati na mesma tecla: Quem eu quero ser? Quem eu sou? Bem ou mal?
No ano 2003 minha avó faleceu,vítima de diabetes e  de outras complicações. Minha família enlouqueceu,e nessa época eu mostrava os meus primeiros sinais de depressão.Me levaram a uma psicóloga,eu não achei nada,sentia que não precisava de uma.
Durante muito tempo eu vesti minha camisola verde de gatinho,apaguei a luz do meu quarto e chorava. Ligava o rádio e ouvia músicas bonitas. Em momentos de desespero eu deitava no chão e chorava,tanto que chegava a doer o peito,era uma dor interna.
No ano seguinte perdi uma outra pessoa da minha família,essa muito importante,pois era como se fosse minha mãe.Nada mudou,eu continuava a sofrer do mesmo jeito. Nesse ano eu mantinha relações virtuais,por celular mesmo,porque internet eu não possuia ainda. Foi quando descobri que eu era bissexual.
A partir dai me apaixonei diversas vezes,garotas,garotos,sem falar de um menino que eu gostava muito,que eu considero o meu primeiro amor.
No ano seguinte mudei de escola,estudava em uma particular,onde eu sofria bullyng direto,e fui para uma pública,onde no primeiro ano eu me dei super bem,as pessoas me achavam diferente e divertida. Mas nem sempre foi assim,depois a passei a ser o de sempre: A estranha e anti -social.. Nessa época me apaixonei por uma garota,esse sentimento durou três anos,nós ficamos algumas vezes e foi maravilhoso.
Eu odiava a escola,sofria diariamente andando por aqueles corredores. Meus colegas muitas vezes na educação física e eu andando pela escola chorando e disfarçando para ninguém ver. Eu amava alguém e esse alguém não me amava,era indiferente,eu sofria por exatamente tudo na minha volta.
Na minha família,tudo sempre foi um caos,brigas,incompreensão e gente louca. E tudo isso só contribuia para me deixar mal.
Ano 2006,me envolvi com pessoas ruins,e descobri que tinha transtorno bipolar. Eu estava na adolescência,tudo era novidade e alegria. Colegas novas na escola,e eu havia gostado muito de uma,ficamos amigas. Logo ela me apresentou outras pessoas. Essas pessoas me fizeram mal,acabei em encrenca por causa delas. Foi nessa época que eu passei a frequentar uma psicóloga e uma psiquiatra. Que me encaminharam para um hospital para fazer um exame,onde eu deveria responder muitas perguntas,perguntas dificeis,pois mexiam com a minha memória também. Resultado do exame: Transtorno maníaco depressivo.
Sim,não era só uma depressão,eu tinha um transtorno,e passei a me tratar.
O tratamento não ajudou muito,e eu ficava cada vez pior. O que me ajudou foi o tempo,o amadurecimento. Larguei os remédios,os médicos e estou por minha conta,prefiro assim.
Já tentei suicídio duas vezes. Em uma dessas tive uma overdose de comprimidos,eu devo ter tomado uns 30.
Na outra cortei o meu pulso,e só parei porque o sangue não me deixava enxergar o buraco para continuar cortando.
Nunca tive vínculos de amizades. Bom,talvez na infância. Todas as amizades que tive na vida não duraram,ou por minha causa,ou porque ninguém queria ser meu amigo mesmo. Já fui vítima de preconceito e já fui tachada de louca,psicótica,o que me deixava muito triste. Hoje nao ligo se falam essas coisas,eu aprendi a lidar.
Houveram pessoas que eu quis me aproximar para ser amiga,mas não me deram uma chance,porque já sabiam do meu ''histórico de louca''.
E até hoje eu ainda não sei quem eu sou. Mudo de ideia,sentimentos muito rápido,sorrio e choro em questão de segundos,e assim eu levo a vida.
Tem dias que eu acordo me sentindo um lixo,outros me achando foda.
Outros acordo sendo a garota mais fofa do mundo,logo eu mudo e me torno a mais azeda.
Não consigo ser e nem levar uma vida normal,porque por mais que haja algum disfarce,a sindrome me acompanha.
O pior são as marcas que ficaram. Já sofri demais,e eu não consigo superar todas essas coisas. Tenho dificuldade de esquecer.
Eu aconselharia qualquer pessoa a iniciar um tratamento,é sempre o melhor. Eu sou desacreditada,a pessoa mais pessimista do mundo. Não acredito em felicidade,que as coisas possam ficar bem.
As coisas ruins estão sempre presentes.
Eu não consigo enxergar futuro,me sinto uma fracassada,pois estou sempre no mesmo lugar.
Nas crises de mania,eu falo muito rápido,me sinto poderosa e na minha mente sou capaz de fazer qualquer coisa. Ninguém pode me deter.
Nas crises de depressão,o próprio nome já diz,sinto depressão,e é exatamente o oposto da crise de mania.
Muitas vezes gosto da crise de mania,porque é ela que me faz experimentar a felicidade,mesmo que artificialmente e passageira. Porque com ela posso ser tudo o que eu quero ser,mas que a depressão me impede,
Frase que qualquer bipolar mais ouve: Você precisa se ajudar. Acredite,é o que mais nós fazemos,mas é algo que já está em nosso ser. Só possuindo a doença para saber.
Eu não mudei muita coisa os dias atuais,apenas estou mais madura,mais cuidadosa comigo e menos inconsequente. Tenho medo de passar por certas situações novamente,por isso eu as evito.
Não vejo forma de me ''consertar'',me sinto estragada o bastante,incorrigivel. Mas quem disse que eu quero me consertar?
 As vezes sinto que não sou desse mundo,deliro demais,tenho pensamentos fora do comum,e penso em fazer muitas locuras. Sou doente porque tenho pensamentos doentes. Por ser muito soxinha,adoro interpretar personagens,falo sozinha e interpreto,coo se estivesse com alguém.Vejo personagens nos filmes e quero ser igual.
Ser bipolar nada mais é do que a arte de querer ser tudo e não ser nada.

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Hipocondria

Meu nome é Nicole,tenho 45 anos,sou casada e mãe de duas meninas. Tenho uma vida normal,trabalho como artesã em um projeto da prefeitura da minha cidade. Sou feliz,na medida do possível,eu e meu marido temos dinheiro o suficiente para viver. Mas como nem tudo são flores,algo na minha vida não vai bem,e é a minha compulsão por medicamentos. Eu tomo muitos remédios,não por ser doente,mas porque tenho medo de ficar.
Estou sempre lendo livros sobre doenças,analisando os sintomas para me certificar de que não sofro nenhum,mas logo em seguida,depois de ler eu acabo sentindo todos os sintomas,o que faz com que eu me sinta muito mal.
Tenho plano de saúde,mas os médicos da clinica onde consulto não me aguentam mais. Eles dizem pra mim que eu não tenho nada,que minha saúde está muito boa,tenho um leve problema de pressão alta,mas nada que seja um exagero. Mas eles não entendem que eu me sinto muito mal!
Já cheguei a frenquentar sessões de descarrego,o que fez meu marido ficar furioso comigo,logo ele que não acredita em nada,é cético,ele dizia que eu estava ficando louca.
De fato,todos diziam o mesmo,que eu era louca.
Não sei porque sou assim,o que desencadeou toda essa loucura em mim,mas sei que não posso viver sem meus remédios e sem meus médicos.
Esses dias uma de minhas filhas me fez chorar,ela estava com dor de garganta eu a levei ao médico que a receitou uma injeção e mais alguns antibióticos. Ela ficou bem,tomou os remédios direitinho,mas quem não ficou bem fui eu.
Nesse mesmo dia começei a sentir os mesmos sintomas que ela,e cometi o ato insano de tomar toda a cartela dos remédios da minha filha. Passei mal,é claro,e dessa vez precisei mesmo de um médico.
Me desintoxicaram e me internaram.
Minha filha implorou para que eu parasse com aquilo,que não era nada saudavel,e que eu ainda iria acabar morrendo de overdose. Ela estava certa. Além da hipocondria,acredito que eu tinha dependência dos remédios. Hoje em dia toda a minha família me ajuda a superar esse vicio,essa preocupação sem sentido. Escondem qualquer tipo de comprimido de mim. Eu desconto toda a minha ansiedade no meu trabalho e na comida,mas até nisso tenho sorte,não engordo.
Vemos muitas vezes na televisão propagandas de remédios dizendo ''não tome medicamentos sem receita médica''. É a mais pura verdade,faz mal,e eu posso comprovar. Claro que cada caso é um caso,mas o meu além de ser uma compulsão se tornou um vicio. Um vicio que eu ainda luto para curar.

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Sociopatia

Meu nome é Lena,há mais ou menos três anos descobri que sou uma sociopata.
Os sinais eram evidentes desde o ínicio que me entendo por gente,na escola não conseguia seguir as regras,me sentia totalmente irritada de levar ordens de pessoas estranhas,bem,até mesmo da minha família eu tinha essa revolta.
Por outro lado,eu sempre fui boa aluna,nunca estudava,mas eu tinha boa memória e prestava atenção nas aulas. Assim,conseguia tirar boas notas na escola.
Minha família não era das mais normais do mundo,meu pai havia sofrido um acidente de carro quando eu tinha dois anos de idade e havia perdido as duas pernas. Minha mãe cuidava dele,mas ela não gostava nem um pouco disso,vivia reclamando e eu sempre soube que ela traia o meu pai,com os piores tipos de homem possíveis. Eu tinha nojo dela,daquela situação.
Nunca consegui andar para frente,só me metia em confusão,brigava com as garotas no colégio porque não se acostumavam com o meu jeito,e fui expulsa de três escolas,na última vez por ter deslocado o olho da minha colega,mas eu faria de novo se possível.
Eu nunca namorei ninguém,é claro que já transei,mas nunca pude sentir o que é o tal sentimento que tanto as pessoas sentem,aliás,odeio casais apaixonados.
Quando completei dezoito anos,deixei tudo para trás,minha mãe,meu pai,escola e toda aquela merda. Viajei para outra cidade e lá estava para começar mais um inferno na minha vida.
Eu não tinha onde ficar,o que comer,só tinha comigo uma pequena mala,com roupas e objetos pessoais,sai da casa dos meus pais com cinquenta reais,foi uma loucura,mas eu quis fazer isso.
Não tive alternativa,eu roubava,de pessoas na sinaleira,mostrava pra elas um canivete que eu tinha,e elas tinham medo,e aquilo tudo me fazia sentir superior sobre eles,pobres diabos.
Também fazia alguns serviçoes nojentos... como chupar alguns caras,afim de conseguir uma grana,que não era muito,mas dava por exemplo para a comida do dia.
Um dia a policia me pegou roubando de um casal,e me levou presa,apesar de tudo eu não tive medo,fiquei presa durante um tempo,e depois sai,sabemos que no Brasil ninguém fica tanto tempo na cadeia.
Logo depois conheci uma garota e fui morar com ela. O seu nome era Rita,ela era bonita,me atraia,mas eu já ficava feliz de ter alguém para contar,mesmo que ela não confiasse muito em mim.
Ela tinha uma casa pequena,mas servia,pelo menos pra nós duas.
Acabei me apaixoando por ela,bom,não sei se eu estava de fato me apaixonando,mas gostava dela.
Contei sobre os meus sentimentos e ela me rejeitou,dizia que eu era louca e que gostava de homem. Fiquei revoltada,sem chão,sai da casa dela e fiquei vagando pelas ruas.
Descobri logo depois que ela estava namorando com um cara,resolvi me vingar por ter me rejeitado,planejei ir até ela e pedir para ela ficar comigo e foi o que fiz. Mas as coisas sairam totalmente do controle.
Chegando na sua casa vi que o carro do namorado dela estava lá,mas não tive medo,eu iria até lá.
Ele estava cozinhando,entrei de fininho e fui até o quarto dela,lá eu disse todas as palavras que eu havia ensaiado,eu estava obcecada e determinada. Mas o choque foi quando ela me disse:
_Sai daqui sua maluca,você não enxerga que eu não gosto de você e que nunca ninguém vai gostar?

Nesse instante não me controlei e num ato de impulso levei minha faca sobre ela,foi então que persebi que ela estava sangrando,havia perfurado a barriga dela. Sai dali o mais rápido que pude,sem que o namorado dela me visse,e é claro,levando a faca comigo.
Ela havia morrido.
Foi um choque,mas agora eu precisava pensar em fugir,como? Sem dinheiro,nada,estava novamente perdida.
Apesar das minhas tentativas a policia me encontrou e me levou mais uma vez,só que agora eu responderia por assassinato. Fui sentenciada a quinze anos de prisão,e além disso eu teria que frequentar psicólogos toda semana.
E essa tem sido minha vida. Se eu melhorei? Não,nem um pouco. Me sinto cada dia pior,com mais raiva de onde estou. Minha família não sabe que estou aqui,e não me importo com eles quando souberem.
E dentro de mim eu penso: A Rita mereceu aquilo.

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Ninfomania

Meu nome é Laura,tenho 31 anos,sou casada com um homem maravilhoso,que é um ótimo marido.
Vou contar como o sexo mudou a minha vida.
Desde pequena eu sempre tive muita curiosidade sexual,mesmo quando ainda era virgem. Via muitos filmes pornográficos e tinha muita vontade de saber como era. Me masturbava muito.
Logo quando fiz 13 anos conheci meu primeiro namorado,o Ricardo,ele era lindo,moreno,tinha um sorriso encantador,ele se interessou por mim numa festa,e de lá fomos para o seu apartamento. Ele era bem mais velho que eu,tinha 25,mas eu não me intimidei,estava louca por ele.
Chegando lá ele me beijou,foi avançando nos toques,e eu estava um pouco receiosa,pois ainda era virgem.
Contei a ele,que prometeu ser carinhoso,e ele cumpriu sua promessa.
Desde aquele dia eu nunca mais parei de fazer sexo. Houve tempos em que era dificil,porque não conheço alguém que faça sexo todos os dias no ano... Dias de seca,mas eu estava sempre a procura.
Aos 24 anos eu me apaixonei pelo Jorge,meu marido,mas logo o amor não foi suficiente e me fez trai-lo várias vezes,apenas por prazer.
Certo dia eu estava em uma farmácia,comprando tinta para cabelo,a de cor loiro escuro,que eu adorava quando eu vi um homem,ele tinha um estilo clássico,era bem sério,parecia um executivo. Fiquei totalmente hipnotizada quando eu o vi,e mais ainda quando ele me viu...
Ele havia me olhado diversas vezes,até que fez sinal pra mim ir atrás dele. Eu fui sem pensar duas vezes.
Fui parar num estacionamento de um restaurante,e lá estava ele dentro do carro me esperando.
_  Oi,vi que você não parava de me olhar,quis conhecê-la melhor.
_ É mesmo? Acho uma ótima idéia.
Não houve muita conversa,aconteceu o de sempre,transamos feito dois animais e fomos embora.
Transar com desconhecidos era natural pra mim,as vezes não chegava a perguntar nem o nome do cara.
Eu sentia muita culpa,o sexo sempre era bom,satisfazia,mas depois me sentia o mesmo lixo de sempre. Me sentia mal pelo Jorge que não merecia aquilo,mas eu não conseguia me controlar!
Já transei com vários homens,com muitos diferentes,velhos,novos,negros,brancos,enfim.
Mas o que eu não sabia era que essa minha compulsão por sexo estava com os dias contados.
Descobri meses depois que eu estava com aids.
O que vou fazer meu Deus? Como contar ao meu marido? Como fazer sexo de agora em diante correndo o risco de infectar inocentes?
Tudo isso me fez entrar em depressão profunda. E ao mesmo tempo,mesmo doente,eu continuava com vontade de transar. Meu marido terminou comigo,me chamou de vagabunda,disse que tinha nojo de mim.
Foi quando resolvi procurar ajuda e  me internei em um hospital psiquiátrico,assinei os documentos e me comprometi a seguir os tratamento.
Na primeira semana transei com um funcionário,com camisinha é claro,porque ele sabia que eu era soro positivo,e aquilo me aliviou muito.
Mas com o tempo eu fui entendendo que não podia continuar daquele jeito,passei a seguir o tratamento. Não é o melhor lugar do mundo,mas é onde devo estar,alguém como eu precisa de ajuda.
Sempre me considerei uma vadia,mas na verdade eu sou doente.
Espero um dia sair daqui,encontrar alguém que goste de mim,que aceite ficar comigo mesmo que eu tenha aids. Porque quero pela primeira vez na vida ter um amor de verdade. Algo puro e diferente.
 Mas eu não aprendi a lição.
De fato eu encontrei um novo alguém o Carlos. Me apaixonei e tive medo de contrar sobre a aids. E na nossa primeira vez fizemos sem camisinha,acabei o contaminando com a minha desgraça. Sim,eu tive a covardia de fazer isso.
Mas o inesperado aconteceu: O Carlos não quis desistir de mim. Mesmo que agora nós dois somos contaminados. E este é o nosso final,feliz? Nem tanto,o Carlos está sempre doente,quando não sou eu que passo mal. Tomamos os remédios que precisamos para nos manter vivos. E fazemos sexo,só que dessa vez,com amor,aquele amor que eu não conhecia.
É muito clichê dizer isso,mas se eu pudesse voltar atrás procuraria ajuda mais cedo,e jamais seria tão inconsequente.

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Anorexia

Meu nome é Manoela,tenho 1.73 de altura e peso 58 kilos.
Muitas pessoas dizem que eu sou bonita,mas o espelho sempre me diz o contrário.
Não sei mais o que fazer para conquistar o garoto que amo,pois ele é comprometido,e a namorada dele é linda,magra,algo que eu realmente gostaria de ser.
Eu nunca me senti bem comigo mesma,fiz diversas dietas e nenhuma me ajudou com o meu peso.
Foi então que conheci a Samanta,que me disse que eu poderia emagrecer fazendo ana e mia,que segundo ela,seria parar totalmente de comer,ou comer em pequenas quantidades,além de provocar o vômito e usar laxantes.
A Samanta já fazia isso a algum tempo,e como eu via que ela estava cada vez mais magra quis fazer também,era a minha chance!
Começei numa segunda feira,fiquei o dia todo sem comer,apenas tomei água,e passei muito mal,sentia muita fome,tonturas e parecia que eu ia cair a qualquer momento,mas ela disse que no ínicio era assim mesmo,mas que eu iria me acostumar.
O tempo passou e eu já estava realmente acostumada. Fazia de tudo para fingir para os outros que eu comia,e depois jogava fora a comida ou dava  para o cachorro. Deixei de sair porque meus amigos sempre iam para lugares onde tinha comida. Eu apenas dormia e visitava sites de outras garotas na mesma situação que eu.
Mas apesar de todo o esforço,eu não emagrecia,apesar das pessoas me chamarem de aidética por eu estar ''puro osso'' o que eu odiava,porque elas eram mentirosas,eu era uma gorda e falavam isso pra mim,apenas para me fazer sentir mal.
A tristeza tomava conta de mim... Nada dava certo,eu estava sempre vazia por dentro,não consegui conquistar o garoto que eu gostava,meu cabelo tinha quedas,eu estava cada dia mais feia,minhas unhas quebravam,minha menstruação desapareceu,o que por um lado eu adorei...O mundo estava desmoronando.
Foi no dia do meu aniversário em que eu fugi de casa,mas fugi porque queria ficar longe do bolo,dos doces e salgados que minha mãe havia preparado,fui para a casa da Samanta e me escondi lá.
De repente  senti uma tontura imensa,minha visão ficou toda borrada,eu desmaiei.
Quando acordei estava em uma cama de hospital,me disseram que eu estava no último da anemia,e que tinha uma infecção respiratória grave. Fiquei internada durante muito tempo,até que a Dra Carla veio conversar comigo e me disse:
_ Olá Manoela,meu nome é Carla e eu gostaria de conversar com você,tudo bem?
_ Respondi que sim.
_ Bem,você sabe porque veio parar aqui?
_ Eu desmaiei por causa da anemia.
_ Você não estava comendo?
_ Não,eu estava de dieta.
_ A quanto tempo você estava de dieta?
_ Há mais ou menos 1 ano.
_ E você não conseguiu emagrecer nesse tempo?
_ Como você está vendo,sim eu estou gorda ainda!!!
_ Não querida,ao contrário,você está magra demais,e você tem uma doença. Se chama anorexia nervosa,já ouviu falar?
_ A sra me desculpe,mas eu não tenho doença nenhuma. Estou com anemia e com uma infecçâo no pulmão,mas isso porque não me cuido muito,tomo muito frio.
_ Você pode se abrir comigo,estou aqui para te ajudar,quero te ajudar a emagrecer com saúde,e também a te ajudar a manter o seu peso,você é uma garota tão linda,será que você topa?
_Tudo bem,eu quero mesmo emagrecer,e se você diz que pode me ajudar...

Depois dessa conversa,passei a frequentar as consultas da Dra Carla que me encaminhou para uma nutricionista e me deu uma dieta. Passei a seguir,mesmo que eu tenha vomitado toda a minha comida nos primeiros dias. Passaram a me alimentar com sonda,foi horrível...
Mas eu fui conseguindo aos poucos me alimentar novamente,eu sabia que tinha um problema,mas não admitia e agradeço que a Dra tenha entrado no meu caminho. Demorei um pouco,mas eu consegui chegar no meu peso ideal,foi a maior felicidade,e comemorei tomando um milkshake de chocolate!
Desde então,ainda frequento minha nutricionista,psicóloga,e tenho levado uma vida melhor,tentando ter de volta a minha auto- estima.
Eu estava no fundo do poço,mas consegui voltar a vida,e acredite,todos podem,basta procurar ajuda.

''A anorexia é o ato de suicídio diário''.

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